Teresa Freitas, EY: «Há necessidade urgente de uma abordagem mais estratégica e inclusiva na Gestão de Pessoas»

No seu comentário à LVIII edição do Barómetro Human Resources, Teresa Freitas, directora, Talent Team, na EY, destaca que «é fundamental que as empresas adoptem uma abordagem mais inclusiva e reconheçam o valor da experiência e da diversidade etária nas suas equipas».

 

«Os resultados do 58.º questionário do Barómetro Human Resources oferecem uma visão valiosa sobre as actuais necessidades e desafios enfrentados pelas empresas em Portugal na Gestão de Pessoas. A identificação da regulação e da fiscalidade do trabalho como áreas críticas para mudanças é um reflexo das complexidades que as organizações enfrentam no ambiente laboral contemporâneo. A necessidade de adaptação a novas legislações e directrizes é imperativa para garantir a conformidade e a competitividade no mercado.

A questão da transparência salarial é particularmente relevante. A baixa preparação das empresas para a nova directiva europeia indica uma falta de proactividade que pode levar a problemas de reputação e a uma diminuição da confiança dos colaboradores. A transparência não só promove um ambiente de trabalho mais justo, mas também pode ser um diferencial na atracção e retenção de talentos. A inclusão de profissionais com mais de 55 anos é outro ponto crítico. Embora 27% das empresas considerem este grupo de forma equitativa, a realidade mostra que a contratação é significativamente baixa. O preconceito e as expectativas excessivas são barreiras que precisam de ser superadas. É fundamental que as empresas adoptem uma abordagem mais inclusiva e reconheçam o valor da experiência e da diversidade etária nas suas equipas.

As expectativas modestas de crescimento de colaboradores até 2025, juntamente com o baixo investimento em upskilling e reskilling, são preocupantes. Num mundo em rápida evolução, onde a digitalização é uma prioridade, as organizações que não investirem no desenvolvimento contínuo dos seus colaboradores correm o risco de ficar para trás. A formação contínua deve ser vista como uma estratégia essencial para a adaptação e a inovação.

Por fim, a ênfase na avaliação de desempenho como uma área que pode beneficiar da inteligência artificial é encorajadora. A utilização de ferramentas tecnológicas pode não apenas melhorar a eficiência dos processos de avaliação, como também proporcionar insights valiosos para o desenvolvimento dos colaboradores. A inteligência artificial pode ajudar a criar um ambiente de feedback contínuo, essencial para o crescimento profissional.

Em suma, o questionário destaca a necessidade urgente de uma abordagem mais estratégica e inclusiva na Gestão de Pessoas, que não só responda às exigências legais, mas que também promova um ambiente de trabalho mais justo e adaptável às mudanças do mercado.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de de Abril (nº. 172) da Human Resources, no âmbito da LVIII edição do seu Barómetro.

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